sexta-feira, 4 de junho de 2010

Impressionismo




Impression, soleil levant, Monet



Rosa e Azul – As Meninas Cahen d’Anvers, Renoir




Bailarinas azuis, Degas

Sobre o contexto artístico da época, a questão que se colocava era o de enfrentar a realidade sem o suporte do “clássico” e do “romântico”, libertando assim a sensação visual de qualquer experiência ou noção adquirida e de qualquer postura previamente ordenada que pudesse prejudicar sua imediaticidade, e a operação pictórica de qualquer regra ou costume técnico que pudesse comprometer sua representação através das cores.

Assim, o movimento impressionista, que rompeu decididamente as pontes com o passado e abriu caminho para a pesquisa artística moderna, formou-se em Paris entre 1860 e 1870; apresentou-se pela primeira vez ao público em 1874, com uma exposição de artistas “independentes” no estúdio do fotógrafo Nadar. Um dos pontos da reformulação pictórica desses artistas foi exatamente a necessidade de redefinir sua essência e finalidades frente ao novo instrumento de apreensão mecânica da realidade.

O termo “impressionista” remonta ao comentário irônico de um crítico sobre um quadro de Monet, intitulado Impression, soleil levant, (o termo “impressão” estava ligado ao esboço, ao inacabado) mas foi adotado pelos artistas, quase por desafio, nas exposições seguintes. As figuras emergentes do grupo são: MONET, RENOIR, DEGAS, CÉZANNE, PISSARRO, SISLEY. Embora considerado um precursor, MANET não fazia parte do grupo.

Nenhum interesse ideológico ou político comum unia os jovens “revolucionários” da arte e também não havia um programa preciso, porém concordavam em alguns pontos:

*a aversão pela arte acadêmica dos salões oficiais;

*a orientação realista;

*o total desinteresse pelo objeto – a preferência pela paisagem e a natureza-morta;

*a recusa dos hábitos de ateliê de dispor e iluminar os modelos, de começar desenhando o contorno para depois passar ao claro e escuro (chiaroscuro) e à cor;

*o trabalho ao ar livre (en plen-air), o estudo das sombras coloridas e das relações entre cores complementares, cores misturadas na própria tela, aplicação direta, sem preparação, sem o uso de vernizes.

Os impressionistas pretendiam demonstrar que a experiência da realidade que se realiza com a pintura é uma experiência plena e legítima, que não pode ser substituída por experiências realizadas de outras maneiras. A técnica pictórica é, portanto, uma técnica de conhecimento que não pode ser excluída do sistema cultural do mundo moderno, eminentemente científico, em que a máquina de fato passa a interferir na natureza e no cotidiano. Não há provas documentais de que os impressionistas tenham utilizado a fotografia em suas pinturas, o que existem são evidências ( com exceção de Degas que também fotografava).


Fonte: Argan - Arte Moderna


Yule




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